quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

JARARACA ILHOA



Uma pequena ilha, localizada a cerca 30 quilômetros do litoral sul do estado de São paulo, é o lar de diferentes espécies de animais e,abriga,em especial, serpentes. Isso mesmo! Muitas,mas muitas cobras mesmo povoam a ilha da Queimada Grande, lugar que não é mais habitado pelo ser humano há, pelo menos, 83 anos. 

A jararaca-ilhoa é uma espécie endêmica dessa ilha, ou seja, ela não existe em outro em outro lugar do planeta!

A jararaca-ilhoa, quando jovem, tem hábitos parecidos com os da jararacas do continente: ambas se alimentam á noite e comem, principalmente, pequenas pererecas, rãs, lagartos e centopeias. Porém, quando se tornam adultas, surgem as diferenças. 

As jararacas do continente continuam sendo noturnas, vivem quase exclusivamente no chão e passam a se alimentar, principalmente,de pequenos roedores. Como não há roedores em Queimada Grande, a jararaca-ilhoa adulta desenvolveu o hábito de se alimentar das aves que visitam a ilha, como o coleirinha, o sabiá-una e o tuque. Para capturar suas presas, a jararaca-ilhoa adulta trocou a caça noturna pela diurna e freqüentemente é vista subindo em árvores e arbustos.

A jararaca-ilhoa foi descoberta pelo herpetólogo Afrânio do Amaral, em 1921. Desde então,diversos estudos revelaram características curiosas que diferenciam a ilhoa de outras jararacas que vivem no continente.

O veneno da jararaca-ilhoa é cinco vezes mais poderoso que o da jararaca comum.Ele age rapidamente, paralisando a presa, que ela devora na hora. Mas não pense que todas as aves da ilha são presas fáceis para a ilhoa. Algumas, como, a corruíra, parecem reconhecer a serpente, de forma que quase sempre conseguem evitar seus ataques e podem morar também na ilha sem sustos.

Hoje, a ilha da Queimada Grande possui uma das maiores populações de serpentes por metro quadrado no mundo, mas, devido ao pequeno tamanho do local, as cobras que lá vivem estão criticamente ameaçadas de extinção. Mesmo não sendo habitado por pessoas, a ilha ainda apresenta algumas alterações no ambiente da região da época em que foi povoada por humanos. 

A jararaca-ilhoa, assim como outras espécies de animais que possam ser exclusivas da ilha da Queimada Grande, desaparecerá da natureza para sempre, de a região não for preservada.

Ramon Ventura
Revista chc.

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